Paraíso

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Se és capaz

Se és capaz de manter a calma
quando todo mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todo duvindando,
e para esses no entanto achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso;
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires;
Se encontrando a desgraça e o trinfo
conseguires tratar da mesma forma a esses dois impostores;
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
em armadilhas as verdades que disseste,
e as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste;
Se és capaz de arriscar numa única parada
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida
e perder, e ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar o coração, nervos, músculos, tudo
a dar seja o que for que neles ainda existe,
e a persistir assim quando, exaustos, contudo
resta a vontade em ti que ainda ordena;
"persiste";
Se és capaz de entre a plebe, não te corromperes
e, entre reis, não perder a naturalidade,
e de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes;
Se a todos podes ser alguma utilidades,
E se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao mínimo fatal todo o valor e brilho;
Então... tua é a terra com tudo o que existe no mundo.

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