Paraíso

Paraíso

Seguidores

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Corpos

O sibilo da respiração:
O veludo do silêncio

Tua pele de pelinhos
Brilha furta-cor.

Fora do quarto escuro ruidam
Os corpos sem brilho no atrito selvagem
Puindo panos
Na casca de queratina que fecha os corpos
Ao toque...
Asperezam o tato e o trato
Contraído contrato
Social,
Sociedade que toma corpo
Na contrariedade dos corpos que se repelem.

Ainda no quarto
Escuro
Te vejo na palma da mão,
Te beijo no desejo que desfaz o vão
Entre meu corpo e o teu
Enquanto o ruído se mistura ao breu,
Enquanto não acordas no arquejo,
No ar que já pesa do som que invade o quarto...

Aqui nossos corpos se comungam sorvendo o escuro
Por entre os lábios entreabertos,
Por tua boca meu mudo acalanto,
Por minha boca teu sonoro alento
(...teu corpo dissolvido no ar me envolve num abraço de todo Ser...)
No toque te tenho tudo:
Teu gosto e tua forma.

Lá fora a Norma (Social) deforma
Cada corpo que forma
A Sociedade que não sacia de corpos.

Por pouco de tempo assim te protejo,
Em bálsamo de carinhos,
Toda manhã,
Tua pele de pelinhos!

Nenhum comentário: